quarta-feira, 7 de maio de 2008

Hello Bob, ou o triste império desta pátria cada vez menos minha

O músico e activista Bob Geldof afirmou hoje, em Lisboa, durante a conferência sobre Desenvolvimento Sustentável, que Angola é um país "gerido por criminosos". (...) "Angola é gerida por criminosos", acusou o organizador do Live Aid e Live 8. "As casas mais ricas do mundo do mundo estão [a ser construídas] na baía de Luanda, são mais caras do que em Chelsea e Park Lane", apontou, estabelecendo como comparação estes dois bairros luxuosos da capital inglesa. "Angola tem potencial para ser um dos países mais ricos do mundo", frisou Geldof, considerando que aquele país africano tem, designadamente, potencial para "influenciar as decisões da China". (...) "Estamos (os cidadãos europeus) a 12 quilómetros de África", disse Geldof antes de perguntar: "Como podemos não nos questionar?".
Para Bob Geldof, através da capacidade de acção em África, a voz de Portugal pode ser "decisiva na Europa, que por sua vez é ouvida no mundo".
O activista criticou igualmente a postura actual dos países europeus - salientando também aqui o papel de Portugal - face às nações africanas, especialmente nos acordos de parceria económica. "Esta cidade, Lisboa, é a cidade onde se realizou a cimeira UE-África, quando a Europa forçou os países africanos a assinar os acordos de parceria económica", acusou.
"Onde os europeus disseram aos africanos: 'ou aceitam este acordo ou não comerciamos convosco'". "Isto não é sustentável! Isto não é ter uma voz, é estupidez", frisou.

Num comunicado lacónico assinado pelo director do gabinete de comunicação, o BES declara “formal e inequivocamente” que “é totalmente alheio e não se identifica com as afirmações injuriosas” de Bob Geldof sobre o estado de Angola.

Ao tomar conhecimento destas afirmações, a embaixada de Angola em Portugal manifestou o seu “total repúdio” e garantiu que “não deixará de tomar as medidas legais que considere apropriadas para repor a verdade dos factos”.
“A manifesta má fé das palavras proferidas, o teor das mesmas, o desconhecimento do esforço que o Estado Angolano tem vindo a fazer para melhorar as condições de vida das populações” levam a que, “irresponsavelmente, alguém que devia medir bem o peso das suas afirmações coloque em causa a honorabilidade de terceiros”, lê-se num comunicado da representação diplomática, citada pela agência Angop.

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