"Al tercer día de viaje, abraham vio de lejos el sitio señalado. Les dijo entonces a los criados, Quedaos aquí con el burro que yo voy hasta más arriba con el niño para adorar al señor y después regresaremos hasta sonde estáis. Es decir, además de ser tan hijo de puta como el señor, abraham era un refinado mentiroso(...)".
José Saramago no livro Caín (versão castelhana por Pilar del Rio) à pagina 89.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
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11 comentários:
No sítio pessoal na Internet, o vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE), eleito pelo PSD, escreveu: “Há uns anos, fez a ameaça de renunciar à cidadania portuguesa. Na altura, pensei quão ignóbil era esta atitude. Hoje, peço-lhe que a concretize... E depressa!”
“Tenho vergonha de o ter como compatriota! Ou julga que, a coberto da liberdade de expressão, se lhe aceitam todas as imbecilidades e impropérios?”, questiona o eurodeputado.
No sábado, José Saramago lançou o novo livro, “Caim”, e considerou a Bíblia “um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana”.
Na sequência destas afirmações, reagiram vários representantes da Igreja Católica e da comunidade judaica em Portugal, criticando Saramago e acusando-o de estar a fazer um golpe publicitário para promover o livro.
“Se a outorga do Prémio Nobel o deslumbrou, não lhe confere a autoridade para vilipendiar povos e confissões religiosas, valores que certamente desconhece mas que definem as pessoas de bom carácter”, escreve ainda Mário David na Internet.
Contactado pela agência Lusa, o eurodeputado disse que as afirmações “são pessoais e não representam o partido” porque foi eleito. “Não estou interessado em entrar em polémica”, afiançou, acrescentando que também não quer “contribuir para dar publicidade ao livro”.
Questionado se já leu “Caim”, ironizou: “Não li, nem vou ler. Ou é obrigatório?”.
“Esta posição é pessoal e vincula-me só a mim. Nem sequer sou católico praticante, mas tenho o direito à indignação”, justificou, acrescentando que se sentiu “violentado” pelas declarações do Nobel da Literatura sobre a Bíblia, que, na sua opinião, são “atentatórias da consciência e sentimentos dos outros”.
in O Publico on-line
Sobre o livro Caim, que é apresentado hoje a nível mundial, o escritor defendeu que “na Igreja Católica não vai causar problemas porque os católicos não lêem a Bíblia". Mas admitiu que poderá gerar reacções entre os judeus.
“A Bíblia passou mil anos, dezenas de gerações, a ser escrita, mas sempre sob a dominante de um Deus cruel, invejoso e insuportável. É uma loucura!”, criticou, em Penafiel, numa entrevista à agência Lusa, o Nobel da Literatura de 1998, para quem não existe nada de divino na Bíblia, nem no Corão.
“O Corão, que foi escrito só em 30 anos, é a mesma coisa. Imaginar que o Corão e a Bíblia são de inspiração divina? Francamente! Como? Que canal de comunicação tinham Maomé ou os redactores da Bíblia com Deus, que lhes dizia ao ouvido o que deviam escrever? É absurdo. Nós somos manipulados e enganados desde que nascemos!” afirmou.
Saramago sublinhou que “as guerras de religião estão na História, sabemos a tragédia que foram”. E considerou que as Cruzadas são um crime do Cristianismo, porque morreram milhares e milhares de pessoas, culpados e inocentes, ao abrigo da palavra de ordem "Deus o quer", tal como acontece hoje com a Jihad (Guerra Santa). Saramago lamenta que todo esse “horror” tenha feito em nome de “um Deus que não existe, nunca ninguém o viu”.
“O teólogo Hans Kung disse sobre isto uma frase que considero definitiva, que as religiões nunca serviram para aproximar os seres humanos uns dos outros. Só isto basta para acabar com isso de Deus”, afirmou.
O escritor criticou também o conceito de inferno: "No Catolicismo os pecados são castigados com o inferno eterno. Isto é completamente idiota!”.
“Nós, os humanos somos muito mais misericordiosos. Quando alguém comete um delito vai cinco, dez ou 15 anos para a prisão e depois é reintegrado na sociedade, se quer”, disse.
“Mas há coisas muito mais idiotas, por exemplo: antes, na criação do Universo, Deus não fez nada. Depois, decidiu criar o Universo, não se sabe porquê, nem para quê. Fê-lo em seis dias, apenas seis dias. Descansou ao sétimo. Até hoje! Nunca mais fez nada! Isto tem algum sentido?”, perguntou.
“Deus só existe na nossa cabeça, é o único lugar em que nós podemos confrontar-nos com a ideia de Deus. É isso que tenho feito, na parte que me toca”.
In O Puvlico on-line
Hino à ignorância
O livro de Saramago é como o vídeo de Maitê Proença: um hino vivo aos píncaros da ignorância.
Especialista em pequenos golpes publicitários, o sr. Saramago lançou, esta semana, um livrinho sobre Caim que o próprio, com a sua reconhecida modéstia, considera ser um exercício "divertidíssimo" contra "toda e qualquer religião". Tendo em conta este nobre objectivo, o escritor usou a apresentação de Caim para debitar umas opiniões firmes sobre Deus, a Igreja e a Bíblia, em particular sobre o Antigo Testamento, que ele notoriamente não conhece.
Como a ignorância é livre e, em Portugal, tem mesmo direitos de cidadania, Saramago não se coíbe no que toca aos mais improváveis disparates. Com a profundidade de uma poça, garante solenemente que a Bíblia é "um manual de maus costumes", impróprio para crianças, que tudo o que lá está é "absurdo e disparatado"; que Deus, embora não exista, deve ser devidamente responsabilizado por todos os males da humanidade; que a "insolência reaccionária" da Igreja tem que ser combatida com a "insolência da inteligência viva"; e que o Papa é "cínico" por "ter a coragem de invocar Deus (…), um Deus que ele jamais viu e com quem nunca se sentou para tomar café". Ou para comer um croquete, já agora, com um cigarro pelo meio e meia dúzia de piadas a rematar.
Do que aqui fica dito, percebe-se que para Saramago a Bíblia é uma espécie de romance de cordel para adultos, recheado de imoralidades várias que não se compadecem com a doce inocência da infância. A ideia de que um livro sagrado, não sendo fácil de interpretar, tem uma chave de leitura que exige um conhecimento profundo da história, da geografia, da língua e do fenómeno religioso é-lhe manifestamente estranha. Saramago, como é óbvio, dispensa esse tipo de qualificações. Para falar sobre a Bíblia basta-lhe uma leiturinha pela rama, meia dúzia de frases ocas e a necessidade de criar uma conveniente polémica que o ajude a vender o livro que escrevinhou em tempo recorde. Desta vez, as suas esperanças depositam-se nos judeus – já que os católicos, segundo o próprio, não perdem tempo a ler o Antigo Testamento e não podem, portanto, fazer-lhe o jeito e contribuir para o sucesso editorial da obra.
Confesso, no entanto, que não vejo razões para grandes polémicas ou para fundadas indignações. As diatribes de Saramago são como o vídeo de Maitê Proença: um hino vivo à ignorância.
Constança Cunha e Sá, Jornalista
in correio da manha on-line
Jean Barois foi um rapaz do meu tempo, porque no meu tempo de rapaz (anos 60) ainda se liam histórias do princípio daquele século. Roger Martin du Gard escreveu, 1913, O Drama de Jean Barois, a história de um jovem católico que, em adulto, descrê porque a Ciência lhe explica tudo; mas, velho, Barois retoma a fé antiga. Martin du Gard, que será Nobel em 1937, conta o drama sem tomar partido, mas deixando-nos com a suspeita de que o trajecto é inevitável. Do nosso sucessor de Roger Martin du Gard, José Saramago, não sei se em jovem acreditou. Sei é que, chegado a idade quase bíblica, não se deixou intimidar pela hipótese - mesmo para o mais férreo dos ateus, hipótese (que parece que se avoluma com a idade) - de vir a prestar contas depois desta vida. Pois Saramago diz que não vai por aí, como outro poeta português já o disse, e tão pouco português é, no ser radical. Saramago diz que escreveu Caim porque é "contra toda e qualquer religião". E das religiões, todas, ele diz o que quer: "Acabar com elas." Da tarefa, não tem ilusões: "Não será possível, mas ao menos tentemo-lo." Ser velho e continuar a tentar - e nessa coisa tão íntima e temível que é a religião, e indo a contracorrente - é simplesmente admirável.
Ferreira Fernandes
in DN on-line
Mas o que é isto?! Andamos a brincar às naciolalidades?! Escrever o que o Saramago escreveu é deixar de ser português? É uma vergonha para a nação? Não deveriam alguns politicos de igual modo renunciar a sua nacionalidade pelo modo como por vezes prejudicam directamente o seu pais? Ai ai....
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No sítio pessoal na Internet, o vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE), eleito pelo PSD, escreveu: “Há uns anos, fez a ameaça de renunciar à cidadania portuguesa. Na altura, pensei quão ignóbil era esta atitude. Hoje, peço-lhe que a concretize... E depressa!”
“Tenho vergonha de o ter como compatriota! Ou julga que, a coberto da liberdade de expressão, se lhe aceitam todas as imbecilidades e impropérios?”, questiona o eurodeputado.
No sábado, José Saramago lançou o novo livro, “Caim”, e considerou a Bíblia “um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana”.
Na sequência destas afirmações, reagiram vários representantes da Igreja Católica e da comunidade judaica em Portugal, criticando Saramago e acusando-o de estar a fazer um golpe publicitário para promover o livro.
“Se a outorga do Prémio Nobel o deslumbrou, não lhe confere a autoridade para vilipendiar povos e confissões religiosas, valores que certamente desconhece mas que definem as pessoas de bom carácter”, escreve ainda Mário David na Internet.
Contactado pela agência Lusa, o eurodeputado disse que as afirmações “são pessoais e não representam o partido” porque foi eleito. “Não estou interessado em entrar em polémica”, afiançou, acrescentando que também não quer “contribuir para dar publicidade ao livro”.
Questionado se já leu “Caim”, ironizou: “Não li, nem vou ler. Ou é obrigatório?”.
“Esta posição é pessoal e vincula-me só a mim. Nem sequer sou católico praticante, mas tenho o direito à indignação”, justificou, acrescentando que se sentiu “violentado” pelas declarações do Nobel da Literatura sobre a Bíblia, que, na sua opinião, são “atentatórias da consciência e sentimentos dos outros”.
O confronto com os representantes de Deus na terra está, antes de mais, a provocar fortes vendas do novo livro de José Saramago. Caim, a que poucos evitam atirar não uma pedra mas as suficientes para o esconder debaixo de um monte de críticas e reacções, mesmo que ainda não o tenham lido, não passa despercebido desde que o único Prémio Nobel da Literatura portuguesa o apresentou com pompa e polémica em Penafiel e atraiu todas as conversas.
Está conseguido o primeiro objectivo do escritor, questionar as religiões e gerar o debate sobre a Bíblia. Quanto às pedras, Saramago já dissera no domingo: "Eu limito-me a levantar as pedras e a mostrar esta realidade escondida atrás delas. Nada disto existiu, está claro, são mitos inventados pelos homens, tal como Deus é uma criação dos homens". E não será por acaso que o seu livro já está a ser lido por vários elementos da Igreja Católica portuguesa e a ser debatido entre eles, conforme o DN apurou ontem.
O debate em torno de Caim não obedece a regras e quase parece uma das passagens bíblicas que o autor tanto critica no Antigo Testamento: violento, cruel e raras vezes com serenidade. Ontem, o Vaticano informou que "este será um assunto ao qual a Igreja Católica não irá dar importância" porque "está muito acima de considerações deste tipo". Enquanto isso, reeditando os ataques ao Evangelho Segundo Jesus Cristo, o eurodeputado Mário David (ver texto em cima), sugeria ao autor que resignasse à cidadania portuguesa. Na comunicação social, correram argumentos de ambas as partes. Pelo meio, Saramago convocou para hoje uma conferência de imprensa para falar de Caim.
O teólogo Anselmo Borges tem opinião formada sobre Caim: "Gostei do livro e até digo que é importante." Dá três razões para justificar a sua opinião: a "Bíblia é um livro aberto; há liberdade de interpretação e obriga os crentes a reflectir". "Não me choca a sua perspectiva, mas a Bíblia não é só isto. São 73 livros que os crentes assumem como um todo, só assim têm sentido. O autor só procurou momentos do Antigo Testamento", alerta. Anselmo Borges relembra que Karl Marx escreveu que "a religião é o ópio do povo", mas que a frase continuava: "... e é suspiro por libertação." Confessa que "se Deus fosse o que Saramago apresenta, só tinha uma atitude, ser ateu. Mas Ele não é assim, nem a Bíblia, que tem um duplo veio, a sacerdotal e profética, e perspectiva a libertação da humanidade". "Não é por acaso que a Bíblia termina com a frase de Jesus: 'Amai os vossos inimigos'", diz.
Já o teólogo Alfredo Dinis garante que não lerá Caim: "Li o Memorial do Convento e não gostei do escritor." Considera que Saramago "não entende a Bíblia como a história do povo de Israel e de como a foram interpretando". Diz que o autor "apaga muitas páginas" e que "é natural que tenha episódios mais e menos luminosos. Isso não quer dizer que Deus quisesse que as pessoas fizessem coisas vergonhosas". Quanto ao título, reclama: "Abel e Caim fazem parte da linguagem metafórica para o povo judeu entender como a humanidade está baralhada. A Igreja não considera hoje Caim personagem histórica, representa, como figura histórica, a complexidade do ser humano."
In DN on-line
“O que a Igreja queria, e não consegue, era ter um teólogo ao lado de cada leitor da Bíblia para explicar o que lá está”, argumentou. “Eu sou suficientemente ingénuo para ler o que lá está”
José Saramago sobre a acusação de ingenuidade na abordagem à bíblia.
"Saramago é um Gato Fedorento a brincar com a Bíblia"
"Saramago dizendo 'Deus não é de fiar: é vingativo, é má pessoa' lembra-me as animadas conversas das empregadas domésticas nos autocarros a caminho do trabalho, revoltadas com a Ivone do 'Caminho das Índias' e prontas para, dando com a actriz Letícia Sabatella na rua, tirarem desforço nela".
Manuel António Pina, "Jornal de Notícias", 22-10-2009
"Nem vou perder tempo a fazer comentários. Ele tem a sua opinião, é um escritor, quer fazer publicidade ao seu livro", referiu Enquanto homem religioso, respeito os livros sagrados de todas as religiões, como a Torah, o Evangelho, a Bíblia e o Corão, porque acredito neles.
É preciso ter fé. Essa pequena coisa de duas letras, fé, faz toda a diferença.
Não é só em relação ao profeta Maomé. Sinto-me ofendido em relação a todos os profetas, pois a nossa religião respeita-os, sem discriminações.
Abdool Vakil Presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa
É que Saramago é assim: o rei da polêmica e da ironia. Ele gosta de provocar. Existe e quer que o notem. Escreve em relevo, sobre pedra dura. Como nesta novela em que acusa deus de ter desprezado os sacrifícios que Caim lhe oferecia para preferir os de seu irmão Abel. Seria o deus caprichoso e injusto da Bíblia, aquele que se diverte expulsando Adão e Eva do Paraíso por terem querido conhecer o bem e o mal.
Chamam a nova obra do Nobel português de uma “reivindicação de Caim”. É e não é. Em todo o texto, no qual Caim é protagonista e narrador das atrocidades do deus bíblico, o irmão de Abel não nega seu crime e aceita sua vida errante como uma espécie de castigo. Não aceita, contudo, ser mais criminoso e cruel que deus. Se ele matou seu irmão — segundo Saramago, na realidade ele queria matar deus — esse deus cometeu muitos mais crimes que ele: assassinou milhares de inocentes ao despejar fogo sobre Sodoma e Gomorra e chega à crueldade máxima de pedir a Abraão que mate seu próprio filho. A dialética de Caim com deus é impecável. Se eu pequei, tu pecaste mais. Se eu matei meu irmão, tu mataste, ou mandaste matar, a muitos mais.
A Bíblia é uma história de um povo em busca de seu destino, no qual se misturam mitos, metáforas e fatos históricos. É o espelho da Humanidade com suas baixezas e seus esplendores. O melhor e o pior de deus e da história $ão concentrados nesse livro, que poderia ser a imagem plástica da complexidade do ser humano. Existe na Bíblia o Pentateuco, com um deus ciumento que expulsa Adão e Eva do Paraíso; o que confunde caprichosa e gratuitamente as línguas daqueles que constroem a Torre de Babel; ou manda matar os habitantes de cidades inteiras. Existe o livro do Eclesiastes, contra a vaidade humana, que poderia ter sido escrito pelo pessimista Saramago; ou o Cântico dos Cânticos, com sua força erótica, um canto à beleza do corpo humano e à sua sexualidade. Um livro libertador.
O autor de “Caim” escolheu os textos mais duros e polêmicos. É que Saramago não concebe uma literatura desencarnada, incapaz de provocar não apenas polêmica como também desgosto. Muitos, não apenas judeus, poderão se sentir negativamente surpreendidos com a forma com que o escritor trata a Bíblia e a seu deus.
Saramago não escreveu apenas novelas. Sempre esteve e, aos 87 anos, continua a estar presente na História a cada vez que se trata de defender a dignidade do homem, sua liberdade sacrossanta, seu direito de crer ou não crer. E ele tem razão em mostrar que na Bíblia existe também esse deus cruel e exterminador que tão bem descreve Caim. Esse foi o deus escolhido por ele para ser desmascarado em seu novo livro. Tem todo o direito. A literatura não admite censuras. Os cristãos poderão dizer que na Bíblia, escrita há mil anos, existe também o deus do profeta Isaías, mais preocupado com o homem do que uma mãe. Porém é ao deus cruel que Saramago pede explicações, um deus que, segundo ele, não pode existir porque não seria deus.
O escritor resume muito bem em “Caim”, na página 87, o que para ele é este conflito entre deus e o homem: “A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele”.
Para Saramago, deus não é mais que um pretexto para que as religiões possam melhor escravizar a consciência humana. Com “Caim”, ele trata de deitar, literariamente, sobre o tapete do mundo, esta crua realidade. Ao mesmo tempo, e apesar de seu ateísmo, devemos a ele uma das definições mais poéticas da divindade: “Deus é o silêncio do universo, e o homem o grito que dá sentido a esse silêncio”, afirmou ele em certa ocasião. Afinal, deus não é para ele tão indiferente como possa parecer. “Caim”, definitivamente, é também um grito contra todos os deuses falsos e ditadores criados para amordaçar o homem, impedindo-o de viver, em total liberdade, sua vida e seu destino.
Juan Arias in Globo
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