segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Para que servem 4 mil anos?

Quando via companheiros de geração obrigados a trabalhar durante uns tempos sem receber um salário, sob o capote do estágio, eu costumava dizer que ao menos, aos escravos que construíram as pirâmides davam de comer e de dormir, e partia com a maior das facilidades para um discurso de alerta sobre a regressão do homem ocidental nos últimos 4 mil anos. Lamento tê-lo feito.
Descobertas recentes mostram que os operários das pirâmides eram homens livres, que cumpriam em obra 3 meses, gozando depois de descanso, e que os mortos em obra eram sepultados na sombra das pirâmides, o que esclarece sobre o estatuto social de um operário das pirâmides. Está tudo aqui

O que se passa actualmente no inicio da vida laboral é asqueroso. Profissionais que detêm um título (geralmente o de membro efectivo de uma Ordem) escravizam homens e mulheres que aspiram a poder exercer o oficio para o qual foram formados. Não lhes é devido qualquer salário nem qualquer subsidio, apesar dos explorados produzirem trabalho e se apresentarem, às suas próprias custas, condigna assídua e pontualmente no local de trabalho. E não lhes é concedida liberdade, uma vez que o caminho do estágio é o único que os conduz à prática profissional plena.
Há 4 mil anos, no Egipto, os homens eram governados por uma entidade semidivina, o Faraó. Mas ainda assim, o valor do trabalho do homem era maior do que o valor do trabalho dos homens de agora. E agora somos governados por homens iguais a nós!

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