"O grupo espanhol Prisa negou hoje qualquer interferência na decisão que levou à suspensão de o Jornal Nacional de Sexta-feira da TVI, insistindo que se tratou de uma ordem da equipa de direcção em Lisboa e não da sede do grupo em Madrid."
In O Público
"Cebrián falou com os responsáveis portugueses da Media Capital e comunicou que queria afastar Manuela Moura Guedes do 'Jornal Nacional' da TVI. Bernardo Bairrão terá tentado demover o presidente da Prisa que acabou por levar a decisão a cabo."
In DN
1.Alguém duvida de quem tomou a decisão sabia em que dia (ou em que mês) eram as eleições?
2.Alguém acredita que um administrador de uma empresa privada (particularmente no que se refere à TVI) acabava com o líder de audiências da informação por um mero acto de boa gestão?
3.Alguém duvida que esta decisão foi um mal menor? (sabendo-se que ela ia causar problemas -eleitorais e outros-, tem que ter sido tomada para evitar alguma coisa).
4.Alguém é capaz de se indignar uma vez que seja nesse país e partir alguma coisita que seja?
5.Alguém é capaz de por as mãos no fogo pelo actual Primeiro Ministro?
Um país não é isto. Se ainda houvesse O Independente, com a actual reputação sul-americana de Sócrates, o Portas inventava meia dúzia de coisas e arruinava com o que resta do PM. E isto é inviável. É perigoso. E vai dar merda.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
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4 comentários:
Este país, na minha opinião, perdeu completamente o controlo!!! Não há responsabilidade nem seriedade do poder político, a sociedade civil não quer saber, e aqueles que poderiam ter uma voz forte contra a vergonha que se passa andam a zelar pelos seus interesses, única e exclusivamente... É triste ver que um país não tem responsabilidade social (característica latina, obviamente), mas pior que isso é não ter orgulho e auto-estima!!!
Eu gostava de perceber se alguém aqui acredita que o Sócrates ligou (ou mandou ligar) para a Prisa (ou, sequer, influenciar de alguam forma esta decisão) nesta altura do campeonato...só para recentrarmos a discussão! Meias palavras a respeito destas matérias não valem...
Só com um ambiente surrealista como o que foi o dos telefonemas para os directores dos jornais ou a visita da policia aos sindicatos, é que se pode pensar que as pressões se fazem na primeira pessoa e em directo. Mas respondendo à tua pergunta: Eu. Objectivamente influenciou depois de, como primeiro ministro em entrevista, e como secretário geral do PS em congresso, ter dito o que disse sobre um telejornal. Não interessa às democracias saber dos gostos dos seus lideres. Nem imagino alias o José Sócrates a fazer o que fez e a dizer o que disse, apenas para explicitar os seus gostos sobre uma determinada forma de jornalismo. Como já várias vezes concordaste comigo, o poder actual faz-se, para o exterior, através de sinais. E é isso que interessa ler num discurso de um PM sobre um telejornal. Não é, repito, saber se lhe agradam as madeixas do pivot ou o cenário do estúdio...
Mas o problema não é esse. O problema de uma vitória do PS com José Sócrates como PM é que ele está muito fragilizado na sua credibilidade e não se vai aguentar das pernas. Como disse, ninguém põe as mãos no fogo por ele, dada a reputação sul-americana que tem hoje (não julgo se justo ou não). E isso não vai ser um problema para Sócrates, vai ser um problema para Portugal, o que deveria ser mais importante, mas pelos vistos não é.
Caro Roque: se acreditas que a influência é feita através da apreciação pública, por parte do primeiro-ministro, quanto a um determinado tipo de jornalismo, hás-de concordar que as declarações do sócrates a respeito do jornal nacional foram as menos adequadas a abafar esse jornalismo...depois do que ele disse, sabia que a manuela moura guedes nunca mais podia ser afastada ou isso se viraria contra ele e faria dela uma mártir (como, aparentemente, está a fazer)!
E nós sabemos que o sócrates é um gajo que sabe o que diz e porque o diz (feliz ou infelizmente, parece estar sempre a pensar nisso...).
Como tal, as declarações dele, a meu ver, nunca tiveram o objectivo de acabar com o jornal nacional, mas sim o propósito de colocar o primeiro-ministro na posição de vítima (que o acusam de apreciar).
Desculpa, mas não posso partilhar a ideia de que, quando o primeiro-ministro quer exercer uma influência, vem para a televisão declará-lo abertamente...porque é, para mim, uma visão demasiado superficial do problema...limita-se a buscar o que parece óbvio e evidente, em vez da Verdade (com letra grande).
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